quarta-feira, 30 de junho de 2010

A MENINA DA CADEIRA DE CORDA



era vista tão formosa
a menina red/rosa
que da cadeira de corda
exibia os sapatinhos

a bochecha era encarnada
o vestido cara renda
sentada como uma prenda
pela mãe adornada

era vista tão formosa
a menina red/rosa
que esperava paciente
aqueles dez minutinhos

quando a mãe enfim dormia
o mundo abria uma solda
desfazia seus cachinhos
os pés dançantes de roda

ia ali catar cirandas
(pula corda, passa anel!)
como os guris sem ter hora
contando nuvens ao léu

a barriga era um negrume
as sardas mil vagalumes
o rosto molhado na areia
e a alma sujinha de céu.


Nina Araújo

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