
O grão do pólen da magnólia
Bole com a minha vida
E bole a tampa da ferida
O rumo da estradeira
Bole o fio da aranha
Com a rapidez dum coiote
Bole o rio e a sua beira...
Tudo bole na domingueira
A cadência da mulata
Bole o susto da estrangeira
Bole a testa da natureza
Quando se aquece a geleira
Porque o homem bole em tudo
Na terra, na mata e pedreira
Quando bole é sem sapiência
Não vê a correspondência
Pois não cai um só cabelo
Que não bole um entrevêro
Entre o excesso e um povo inteiro...
Nina Araújo